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quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Planejamento Energético

A antiga ideia de que os recursos naturais são inesgotáveis e a natureza existe para servir ao ser humano levou, anteriormente, ao uso imponderado dos recursos naturais para atender a demanda da crescente população e a busca por uma melhor qualidade de vida. Essa qualidade de vida é associada a um maior consumo energético, consequência de um maior desenvolvimento econômico. Isso tem se mostrado realidade, porém, até certo ponto.
A obtenção de energia que proporciona desenvolvimento socioeconômico, tem como origem diversas fontes, entre elas: os combustíveis fósseis; a água; a nuclear; a biomassa; os ventos; o Sol etc. Essa energia é utilizada nos diversos setores da sociedade: industrias; transportes; comercio; residência, entre outros. O desenvolvimento desses setores atende às necessidades de bens e serviços da população e, consequentemente, melhoram o padrão de vida, desde que aliados a uma distribuição de renda adequada. A fonte principal de energia de um país, assim como o principal setor de consumo, mostrará a relação entre a produção e a utilização de energia com o desenvolvimento socioeconômico do mesmo. As variadas fontes possuem diferentes níveis de eficiência energética bem como de versatilidade de uso e níveis diferentes de impactos ambientais. Além disso, fontes de energia de alto impacto ambiental diminuem a qualidade de vida local, resultando em problemas de saúde e um ambiente degradado para se viver. Como exemplo tem-se a lenha, que possui uma baixa eficiência energética e possui poucas formas práticas de utilização, sendo a mais frequente em fornos residenciais e como a principal fonte de energia em países pobres para a subsistência. Seus impactos, quando não utilizada de maneira adequada, são a poluição do ar com gases nocivos à saúde, gases estufa e o desmatamento. No outro lado há o petróleo, com sua alta versatilidade e eficiência energética, utilizado em países com maior grau de desenvolvimento, porém, com efeitos nocivos ao ambiente como gases estufas e gases prejudiciais à saúde. No entanto, após certo nível de desenvolvimento, que varia de nação para nação, o consumo energético tende a se estabilizar ou até a diminuir, sem diminuir a qualidade de vida populacional, por vezes até melhorando-a. Uma maior eficiência na utilização e na produção de energia é o que torna possível esse cenário, junto com a substituição para fontes de energia de baixo impacto ambiental.
No cenário brasileiro, temos uma matriz energética entre as mais limpas do mundo, com mais da metade da energia elétrica produzida por hidrelétricas, sejam as de fio d’água, que não fazem uso de reservatório, utilizando apenas a vazão natural dos rios e os desníveis do relevo ou as grandes centrais que utilizam reservatórios para armazenar água e utiliza-las em períodos de estiagem. O movimento das águas através das turbinas faz com que o gerador transforme a energia cinética em energia elétrica, sendo todo esse processo de alta eficiência e de baixo impacto ambiental. Os reservatórios são o principal impacto, devido a área alagada para armazenamento d’água, emitindo gás metano da decomposição da matéria orgânica. Ainda que a eletricidade brasileira seja majoritariamente gerada por hidrelétricas, a matriz, de forma geral, ainda é fortemente dependente do petróleo, principalmente no setor de transportes, gerando um alto nível de poluição do ar. O Brasil ainda possui como fonte de energia: termelétricas nucleares, cujo principal impacto são os rejeitos radioativos e os danos da atividade mineradora de urânio; termelétricas a combustíveis fósseis, com gases poluente e estufa; biomassa, desmatamento e uso de pesticidas na agricultura; eólica com impacto sonoro, visual e na migração de pássaros e a solar, com impacto nos resíduos tóxico dos componentes no ambiente. Essa diversificação das fontes de energia é extremamente importante, tanto pela segurança energética ou pela escolha da melhor fonte de energia, com o menor impacto negativo ao ambiente e a sociedade. Não existe uma fonte de energia única que pode ser aplicada em qualquer lugar, a qualquer tempo, sem impacto e com alta eficiência. Cada região terá a sua melhor opção, devendo-se sempre considerar as particularidades de cada local.
A crescente preocupação com a preservação do meio ambiente, assim como a preocupação com desastres naturais causados pelas mudanças climáticas e a finitude de determinadas fontes de energia tem levado a mudança no cenário energético. Ainda que de forma gradual, tem se substituído as tradicionais fontes de energia poluentes por recursos energético mais limpos e buscado uma maior eficiência na utilização de energia, podendo assim os países mais pobres e os em desenvolvimento, fazer uso dessas fontes em seu crescimento sem degradar o ambiente e sem abrir mão de se desenvolverem buscando uma melhor qualidade de vida.

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